quarta-feira, 20 de abril de 2011

Grande Rio 2002 - "Os Papagaios Amarelos Nas Terras Encantadas do Maranhão"

Grande Rio 2002
7° Lugar


Presidente: Helio de Oliveira
Carnavalesco: Joãosinho Trinta


Em 2002 a Grande Rio levou para a avenida o enredo “Os Papagaios Amarelos Nas Terras Encantadas do Maranhão” do carnavalesco Joãosinho Trinta, conquistando o 7º lugar.

Abertura do Desfile (Reprodução/Tv Globo)




Trecho do desfile da Grande Rio postado no youtube por "carnavalcompleto"

Mapa de Notas




Letra do Samba:
Autor(es) Alailson Cruz e Agenor Neto



Na França ficou o rei, menino !!!
No Brasil se viu chegar, p'ra conquistar ! Oh!!!
Merci Beaucoup au revoir
E o índio nada entendeu
De "papagaios amarelos" foi chamar 
Tem missanga tem(hê,hê), tem espelho tem
Para o índio um presente, pros franceses um harém
De além-mar quem vem (hê, hê), Portugal meu bem
Expulsando o francês, e o bravo holandês também
No balaio tem a revolução, a balaiada!
Negro Cosme quer seu povo feliz
O imperador das liberdades bem-te-vis

Me leva que eu quero ver, eu quero ver
Touro Negro Coroado
Ele é Dom Sebastião
Que no mar fez o seu reino
Num palácio Iluminado

Hê, povo hê povo hê
Hê Maranhão, povo encantado
Nhá jança é assombração
No alto do divino eu vou
Com os caretas pro pato, pato pelado

Do poeta uma voz ecoou (uooo!)
Minha terra se ouve cantar (o sabiá!)
Grande Rio é samba, é amor
Bumba-meu-boi tua estrela vai brilhar
Sinopse do Enredo
(Reprodução)



Histórias e estórias. Duas coisas diferentes e, no entanto, mesclam-se perfeitamente na linguagem carnavalesca. É o caso do enredo do G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio, cujo título é "Os Papagaios Amarelos nas Terras Encantadas do Maranhão", título sugerido pela Governadora Roseana Sarney, que explica: é a visão do índio quando o Maranhão foi invadido pelos franceses. Os invasores eram alourados e emplumados, falavam demais, entre si uma linguagem que os índios não entendiam. Receberam logo um apelido: Papagaios Amarelos. Era o ano de 1612. O Rei de França, Luiz XIII tinha onze anos e em seu lugar governava a Regente Maria de Médicis. Esta senhora faz todos os preparativos para a invasão, inclusive bordando ela mesma, a bandeira do Comandante da Esquadra Daniel De LaTouche, Senhor de La Ravardiere. Começa aqui, a mistura de histórias com estórias. O corteja carnavalesco tem início com a Regente cercada de nobres e o Rei de França, Luiz XIII, envolvido nas suas brincadeiras de criança. Enquanto isso, toda corte imagina como seriam aquelas terras distantes do Maranhão nas quais seria fundada uma França Equinocial. Partem em 3 caravelas e chegam numa ilha, que logo batizam de São Luís. Seus habitantes são os pacíficos índios Tupinambás. Os franceses oferecem presentes de quinquilharias e espelhinhos recebidos com muita alegria pelos índios. O chefe da tribo, em troca, oferece aos franceses suas mais belas mulheres. Os padres que vieram na esquadra, as recusam imediatamente alguns chegam a macerar com fogo suas partes pudicas. As índias sentem-se humilhadas com esta recusa e vão se esconder na floresta. Mas pouco a pouco todos se entendem e convivem pacificamente entre si, durante mais alguns anos. Mas os franceses são expulsos do Maranhão pelos Portugueses. Em seguida, os Negros são trazidos da África distante como escravos. Trazem consigo suas riquíssimas culturas que são preservadas até hoje. Revoltam-se, muitas vezes, contra os maus tratos da escravidão. Um desses movimentos, o mais importante, chamou-se "Revolta da Balaiada", chefiado pelo Negro Cosme que intitulou-se "O Imperador das Liberdades Bem-te-vis". Ele comandava um grupo de negros, fazedores de balaios que queriam libertar-se dos brancos.

Chegada da Corte Francesa ao Maranhão (Reprodução/Tv Globo)

Netuno abrindo os mares para a chegada dos franceses. (Reprodução/Tv Globo)

Terras Encantadas do Maranhão. (Reprodução/Tv Globo)

Nas terras encantadas do Maranhão, as lendas e estórias de assombrações aconteciam. Por exemplo, a lenda do Touro Negro Coroado: nas alvas areias da Praia dos Lençóis, em noite de lua cheia, surge um Touro Negro Coroado que, pouco a pouco, vai transformando-se no Rei D. Sebastião que desapareceu na famosa batalha de Alcacér-Quibir, na África. O rei cavalga um formoso cavalo branco alado. Neste momento, vai surgindo do mar o seu majestoso castelo com sua corte executando danças e que vão desaparecendo pouco a pouco. Esta lenda acontece em noite de lua cheia. Esta praia é habitada por uma população de albinos que se dizem descendentes do Rei e são chamados de "Filhos da Lua".

Estreia da Squel como 1° Porta-Bandeira da Grande Rio e o 2° ano de Sidclei na escola.

Ala das baianas. (Reprodução/Tv Globo)

Os mistérios da sabedoria na África. (Reprodução/Tv Globo)


No século XIX, vivia em São Luís a senhora Dona Anna Joaquina Jânçem Pereira, comerciante que, tendo acumulado grande fortuna, inclusive com venda de água, exerceu forte influência na vida social, administrativa e política da cidade. Era voz corrente, então, que Donana Jânçem ou Nhá Jânça - como era chamada - cometia as mais bárbaras atrocidades contra seus numerosos escravos, aos quais submetia a toda sorte de suplícios e torturas em sessões que, não raro, terminavam em morte. Os negros, já não suportando tanto sofrimento, preparam um ritual onde invocam os Deuses Africanos para que ajudem na preparação da morte de Nhá Jânça. Isto acontece e sua alma penada, agarrada a seus bens materiais, fica encerrada dentro de uma carruagem puxada por sete mulas sem cabeça e guiada por uma caveira decapitada. Nas noites escuras de sexta-feira, esta carruagem, pegando fogo - o fogo de justiça de Xangô - aparece como uma assustadora e apavorante assombração descendo e subindo as ladeiras e ruas de São Luís. Quem tiver a infelicidade e a desventura de encontrar a diligência de Nhá Jânça e deixar de fazer uma oração para salvação da alma da maligna senhora, ao deitar-se para dormir, receberá das mãos de seu fantasma uma vela de cera. Esta, porém, quando o dia amanhecer, estará transformada em descarnado osso humano.
Touro Negro Coroado. (Reprodução/Tv Globo)


Grande Cão - Assombração de Nhá Jança. (Reprodução/Tv Globo)

As Festas do Maranhão. (Reprodução/Tv Globo)

Bumba-Meu-Boi. (Reprodução/Tv Globo)

Mas as terras do Maranhão são repletas de festas. "Os Caretas" saem à noite procurando Judas para surrá-lo. Fazem grande algazarra, amedrontando, sobretudo, as crianças. A "Festa do Pato Pelado" é muito original e divertida. No carnaval, os blocos se fantasiam com os mais diversos motivos. Em Alcântara acontece a cerimônia popular do "Divino Espírito Santo". De origem portuguesa, esta festa chegou no Maranhão no século XVI. Começa com a escolha de um menino para ser o Imperador do Divino ou de uma menina para ser a Imperatriz. Depois, é escolhida toda uma corte: um mordomo régio ou mordoma régia, cinco mordomos baixos ou seis mordomas baixas. No dia 24 de agosto, a mando do Imperador sai da cidade um cortejo de pessoas encarregadas de recolher esmolas para a festa, constituído de caixeiras, bandeireireiras, um bandeireireiro, cidadãos de confiança, carregadores de galinhas, perus, patos, cofos de farinha, porcos e etc. E o menino "Vicente" que recolha as esmolas. Os responsáveis marcham atrás revezando-se no transporte da coroa de prata, guardada numa caixa redonda, de folha-de-flandres pintada. A festa é constituída de vários momentos, que acontecem dentro e no átrio da igreja, além de romarias visitando as casas dos eleitos para a corte do Imperador. Tudo acontece entre cantos, danças, atos solenes e muita comida, doces e bebidas. A "Festa do Divino" é um auto completo.

Pelo segundo ano, Eric Scot (o homem voador) sobrevoou a Sapucaí. (Reprodução/Tv Globo)


O Bumba-meu-boi é a grande festa do Maranhão. Reúne as três formas de expressão artística (teatro, dança e música), conta a história da Negra Catirina que, grávida, desejava comer a língua do boi predileto de seu amo, induzindo o seu marido, Pai Francisco, a matar o boi para satisfação de seu desejo. Atualmente, os grupos suprimiram a dramatização das apresentações ao público durante os festejos juninos, mas preservaram nas toadas, a seqüência que compreende: o guarnicê, quando o amo do boi chama o grupo para começar a apresentação; o Lá Vai, avisa de que a brincadeira está se dirigindo ao local de apresentação; a licença, que é a permissão para que o grupo se apresente ao público; a saudação, quando são cantadas todas as toadas de louvação ao dono da casa e ao boi; o urrou, momento que celebra a alegria de todos pelo restabelecimento do boi depois de ter sido sacrificado e a despedida quando a brincadeira é encerrada. A brincadeira do bumba-meu-boi apresenta um conjunto de personagens que pode variar segundo o sotaque ao qual o grupo pertença. O pesquisador Carlos Lima classifica os grupos em três sotaques: Zabumba, Matraca e Orquestra além de dois subgrupos identificados com as regiões a que pertencem, no caso Baixada e Cururupú. Um carro alegórico representando a festa do "Bumba-meu-Boi", encerra o desfile do Acadêmicos do Grande Rio, que apresentou o enredo "Os Papagaios Amarelos nas Terras do Maranhão".

Joãosinho Trinta

terça-feira, 12 de abril de 2011

Grande Rio 2005 - "Alimentar o Corpo e a Alma Faz Bem"

Grande Rio 2005
3° Lugar

Presidente: Hélio de Oliveira
Carnavalesco: Roberto Szaniecki



Em 2005 a Grande Rio levou para a avenida o enredo “ Alimentar o corpo e a alma faz bem” do carnavalesco Roberto Szaniecki, explorando o ritual da alimentação.

Abertura do desfile - (Reprodução/Tv Globo)


Coluna Enredo e Samba em 2005 - RJTV, postado no youtube por "turmadosamba"


Trecho do desfile de 2005 postado no youtube por "CarnavalCompleto"



Mapa de Notas

Letra do Samba
Autor(es): Barberinho, Competência, Bitar, Marcelo, Levi, Licinho, Deré, Mingal, Leleco e Ciro.

Oh! Mãe-Terra, solo fértil abençoado
De onde brotam riquezas nosso alimento sagrado
Imenso Brasil da mistura, culinária que fascina
MOÇA o teu doce é saboroso
preparado bem no clima
Se alimentar pro corpo é fundamental
Lá em nosso NINHO tem sabor especial
Se há comemoração vamos confraternizar
Comer se torna um ritual
Prepare a mesa nesse carnaval

Beleza a me seduzir
Aroma pra me revelar
Alimentando o meu prazer
Dá gosto no meu paladar


A força que tem entre a terra e o céu vem da fé
Se a vida imita a arte, diversão faz parte
Enriquece o meu saber
Eu só quero ser feliz
Dividir o pão com meu irmão
Por que será, que uns tem muito e outros não?
Abaixo a discriminação
O povo pede paz e união

A mensagem de paz Grande Rio nos traz
A verdade da vida, o prazer de viver
Alimentar o corpo e alma faz bem,
Meu bem-querer!


Sinopse do Enredo
  (Reprodução)

O Alimento e o Corpo
Os alimentos e sua produção;
A culinária brasileira (regiões);
Refeição (ritual de união e festas);
Alimentar o corpo (sentidos).

Alimento para a Alma
A Fé acalenta o espírito (o pão e o simbolismo da comida);
Fome de Cultura (o Saber e as Artes);
A paz e a união entre os povos (fraternidade contra o preconceito).

Comissão de Frente - "Folhas soltas ao vento". Foto: LiesaNet

Sidclei e Squel, 1° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira - O Verde germinado e a Semente da Vida.


O Enredo por setores:

1º setor: O alimento e sua produção
Gaia, a Mãe Terra, generosa com seus filhos, os seres vivos, alimenta-os com suas riquezas. O homem, Ser provido de inteligência, aprende a cultivar a terra e dela extrai o alimento. Sua natureza, a princípio nômade, o faz buscar formas de conservar o alimento para transportá-lo. É o início do processo de produção, conservação e transporte do alimento que vai culminar em sua industrialização, já no mundo moderno.


"Plantação e Industrialização do Trigo" - Foto: LiesaNet


2º setor: A culinária brasileira (regiões)
O Brasil é imenso. Suas diversas regiões e seus distintos processos de
colonização aliados a fatores climáticos proporcionaram uma diversidade
culinária muito peculiar. São as influências dos diversos povos que formam esse país o fator responsável pela inventiva culinária brasileira.
"Culinária das regiões" (Reprodução/Tv Globo)


3º setor: Refeição (ritual de união e festas)
Comer é um ritual de união. Uma refeição compartilhada agrega fatores que fazem bem ao corpo e à alma. As festas são uma forma de unir as pessoas em torno do alimento. As várias datas comemorativas possuem um cardápio próprio, sabores especiais para cada ocasião, pratos tradicionais que variam de acordo com fatores como origem familiar, região do país ou época do ano, mas que trazem em comum o sentido de confraternização.

Suzana Vieira, Rainha de Bateria - Foto: LiesaNet

"As Festas" (Reprodução/TvGlobo)

4º setor: Alimentar o corpo (sentidos)
Comer alimenta o corpo e satisfaz os sentidos. Começamos a comer com os olhos. A cor e a forma do alimento são os primeiros estímulos dessa sedução. Depois vem o aroma acompanhado do tato, que nos revela a textura e a consistência e, por último, o paladar. É o ciclo da sedução do alimento.
Renata e Robson, 2° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Reprodução/Tv Globo)

"Os Sentidos" (Reprodução/Tv Globo)

5º setor: A Fé acalenta o espírito (o pão e a comida)
O alimento é um símbolo a serviço da Fé. Na grande maioria das regiões as celebrações são interligadas por um fator comum: o alimento como um meio de ligação entre o terreno e o sagrado. Essa união entre o material e o espiritual se dá através das oferendas cujo significado varia de acordo com cada religião. É o alimento, usado em rituais de consagração, de união em torno da celebração da Fé.
Oferendas - Alimentando a fé. Foto: LiesaNet

6º setor: Fome de Cultura (o Saber e as Artes)
Já diziam os Titãs: A gente não quer só comida a gente quer comida,
diversão e arte. A alma, enquanto Ser, necessita de alimento para
se satisfazer e esse alimento se traduz no Saber. A Beleza, aqui traduzida em Arte, nutre o espírito, estimula a sensibilidade, produzindo bem-estar e felicidade.
Foto: LiesaNet

Cultura, arte, musica, dança como alimento do intelecto - Foto: LiesaNet

7º setor: A Paz e a União entre os povos (fraternidade contra o preconceito)
A discriminação é derivada do preconceito. Para a construção de um mundo melhor é preciso a conscientização mundial de que todo ser humano tem direito à vida, que só é possível se houver alimento. O desperdício de alimento é uma vergonha, um crime. A fome é o pior mal que acomete a humanidade. O alimento é um direito de todos.
“União dos povos produzindo alimentos e solidariedade” - (Reprodução/Tv Globo)

Nós somos o que comemos
Comemos para nos alimentar
Nós nos alimentamos para produzir energia
Energia que nos dá vida
Vida que traz felicidade
Felicidade que faz bem
E como é bom sentir-se bem

Alimentar o corpo e a alma faz bem, sempre.

Roberto Szaniecki

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Grande Rio 1993 - "No Mundo da Lua"

Grande Rio 1993
9° Lugar




Presidente: Jayder Soares
Carnavalesco: Alexandre Louzada
Mestre de Bateria: Mauricio
Componentes: 4.000
Alas 51
Alegorias: 12
1° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Ronaldinho e Rita
2° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Serginho e Ivone

A Volta ao Grupo Especial em 1993! (Reprodução/Tv Globo)

Mapa de Notas


Samba Enredo:

Autor(es): Nêgo, Jacy Inspiração, Mais Velho, G. Martins, Dicró e etc.
Intérprete: Nêgo

Do mundo encantado de Jaci
Nessa aquarela a Grande Rio é a tela
Vem do céu...
Pra se refletir nesta folia
Oh!
Doce fonte de inspiração
Influenciando no destino
Um toque de astrologia
No mistério e na magia
Ô luar, ô luar (ô luar)
Vem pratear a nossa rua   (bis)
A semente da fartura semear
Virar o mundo de bumbum pra lua

Nos mares, cachoeiras e cascatas vem se banhar
Eu queria ser um astronauta pra te alcançar
Tu és a vida na beleza dessas matas
Tu és a sorte para quem acreditar em ser feliz
Quem me dera um dia no teu colo
Cantar, sorrir, sambar, brincar
E no encanto do seu mundo vai
Tornando tantas mentes aluadas
Como é gostoso se adoçar no mel
Em noites enluaradas

Salve Ogum D'Ylê
Na imaginação de um guardião
É lindo ver a tua imagem
Encantando a multidão

Clareia Didinha
Teu mundo taí   (bis)
A festa é nossa hoje na Sapucaí
Carro Abre-Alas (Reprodução/Tv Globo)
Trecho do desfile postado no youtube pelo o usuário
"Ô luar, ô luar... Vem pratear a nossa rua..."   (Reprodução/Tv Globo)

"É Lindo ver a tua imagem, encantando a multidão..." (Reprodução/Tv Globo)