quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Grande Rio 1995 - "Estória Para Ninar Um Povo Patriota"

Grande Rio 1995
16° Lugar


Presidente: Otávio Vilas Gomes
Carnavalesco: Lucas Pinto

Abertura do desfile - (Reprodução/Tv Manchete)

Sinopse do Enredo


Havia um Imperador, chamado Brasil, dono de uma imensa terra, num continente, onde existiam outros imperadores. Suas terras eram tantas, que, o Imperador Brasil, possuía reis que, governavam pedaços de suas terras. Elas eram muitas realmente, se dividiam em regiões. Dentro dessas regiões, existiam os reis, que governavam vários pedaços de terra, que recebiam o nome de Estado, que eram o nome dos reis.
Um desses reis chamava-se Amazonas. Esse rei era responsável pelo ecossistema mundial de responsabilidade do Imperador Brasil. O reinado do rei Amazonas, era belíssimo, e seu potentado, era coberto por matas virgens, grandiosos rios, que durante milênios, viveram desconhecidos do resto do mundo.

O rei Amazonas tinha uma filha, uma princesa com nome Manaus. Ela vivia no meio da mata Amazônica entre rios e igarapés. Tinha como companhia, as florestas com seus mistérios e as lendas das tribos indígenas - povos que viviam na terra de seu pai.

Alegoria - (Reprodução/Tv Manchete)

Um dia, a princesa Manaus, viu brotar dos sulcos que os índios faziam numa determinada árvore, o sangue da terra, um liquido branco e viscoso, que os índios faziam bolas para as crianças brincarem. Mal sabendo que ali estava parte da grande fortuna, que se encontrava escondida no reino de seu pai, e que faria o Imperador Brasil ser rico e respeitado cm todo o mundo.

Muito distante dali, havia uma poderosa rainha de nome Inglaterra, que tinha um espelho que falava com ela. Todos os dias a Rainha Inglaterra perguntava ao espelho se existia alguém mais rica do que ela ao que o espelho sempre lhe respondia que não. Que ela era a mais rica e poderosa de todo o Universo. Certo dia, ao perguntar ao espelho se existia alguém mais rica do que ela, o espelho respondeu-lhe que em um continente distante, o Imperador tinha descoberto em uma área de suas terras, que era governada por um rei de nome Amazonas, um líquido branco e viscoso que valia tanto ou mais que o ouro, e a cada dia que se passava, o Imperador Brasil, ia conquistando prestígio perante o mundo. O Rei Amazonas começava a descobrir o seu reinado, através de sua filha, a princesa Manaus, que, a cada dia se enriquecia mais e se embelezava mais, dentro dos padrões mais requintados da Europa.


A Rainha Inglaterra mandou então, um emissário dela vir observar o que se passava por esse continente e fiscalizar a vida da Princesa Manaus. Ao chegar as terras do Rei Amazonas, o emissário viu que a princesa Manaus, vivia o auge da bela época. Que ela possuía um belíssimo teatro, casas de chá, coqueterias e que, no meio da selva do Rei Amazonas, uma riquíssima cidade onde vivia a princesa, transbordava de luxo, onde os Barões da Borracha acendiam seus charutos Havana, com notas de 500 mil Réis.

A Rainha Inglaterra arquitetando um plano, construiu um navio e a este deu o nome do Rei "Amazonas". Certo dia, ela levou, sem que ninguém soubesse, setenta mil espécies da planta que brotava o líquido que valia tanto ou mais que ouro, para serem plantadas em seus terrenos na Malásia. Tal atitude caiu como veneno para a Princesa Manaus, fazendo-a adormecer num sono profundo durante quase dois séculos, coberta pela vasta floresta Amazônica.


Durante todo esse tempo todo, que Princesa Manaus permaneceu em seu sono encantado, vítima do veneno da Rainha, as fadas madrinhas Flora - responsável por todas as florestas e matas -, Fauna - responsável por todos os seres viventes da floresta -, e Eco-responsável pelo ar e a camada de ozônio da Terra -, lançaram-lhe uma promessa: que a Princesa Manaus haveria de despertar desse sono profundo, através de um beijo que lhe haveria de ser dado por um príncipe espacial. Passaram-se muitos anos em que a Princesa Manaus viveu adormecida e quase esquecida. Até que um dia, ela foi visitada pelo Príncipe da Tecnologia, que tinha ouvido falar sobre ela. Ao ver a Princesa, o Príncipe não hesitou em beijá-la, acordando-a para seu futuro. Um futuro de progresso, seu, de seu pai, o Rei Amazonas, e de seu Imperador Brasil.

Alegoria - (Reprodução/Tv Manchete)
Trecho do desfile:


Letra do Samba:

Nessa história em verde e amarelo
A Grande Rio deu um toque tão sutil,
Nas terras do rei Amazonas
Do continente do imperador Brasil
Vamos viajar, nas matas de tantas riquezas
Entre rios e igarapés
Vivia Manaus, a linda princesa
Das lendas que os índios conviviam
O artista resolveu criar
Neste enredo de encantos e magias
Onde tem o boto rosa com o dom de conquistar

Um brinquedo de criança
Virou tesouro profundo (bis)
Despertando a cobiça
Do outro lado do mundo

Perguntou:
Espelho, espelho meu
Será que existe alguém mais rica do que eu?
Minha rainha poderosa,
Manaus é um tesouro muito maior que o seu
A Inglaterra mandou, um emissário pra cá
Tudo que viu ele voltou pra confirmar
Teatro, casa de chá, boemia,
Muito mais a fidalguia tinha aos seus pés
Os barões da borracha tinham ousadia
De acender os charutos com 500 mil réis

Um navio sorrateiro apareceu
Levando quase ao mundo inteiro
As seringueiras, com isso a princesa adormeceu
Entre fadas-madrinhas, no seu sono prosseguia
Pra despertar do berço da ecologia
E o príncipe encantado, Manaus ele beijou
Para tecnologia a princesa acordou

Embala eu, embala eu
Pátria mãe, gentil (bis)
No despertar deste sono
Encontrei meu sonhado Brasil...



Conheça um Pouco mais do carnaval de 1995 e outros de Lucas Pinto na Grande Rio no blog Bandeira da Memória: http://bandeiradamemoria.blogspot.com/2009/10/grande-rio-em-3-anos.html

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vídeo: Ensaio Técnico no Sambódromo (20/02/2011)

Grande Rio mostrou toda sua força de superação no último ensaio técnico - (Foto: Filipe Cabral)





Comissão de Frente e 1° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira - Vídeo: Filipe Cabral


Ensaio da Grande Rio- Vídeo: SRZD Carnavalesco

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Grande Rio 2000 - "Carnaval à Vista - Não Fomos Catequizados, Fizemos Carnaval"

Grande Rio 2000
9° Lugar






Presidente: Hélio de Oliveira
Carnavalesco: Max Lopes



Carro Abre-Alas


Sinopse do Enredo



Antes dos desbravadores navegantes europeus desembarcarem em solo brasileiro, o Brasil já encontrava-se habitado pelos índios. Na época do descobrimento, várias pessoas deixaram notícias à respeito do modo de vida dos aborígenes, embora algumas informações até hoje não tenha sido obtida. Nunca se soube ao certo de onde teriam vindo nem como e quando eles surgiram.

Lendárias magias explicam o surgimento dos "descobertos". Segundo os indígenas amazonenses, Tupã, deus supremo, pai de todos os homens, mandou que Coaraci - princípio materno - desse origem a todas as coisas: rios, fauna diversa, flora verdejante, terra fértil de deliciosos frutos e bons ares. Um lugar muito agradável, prazeroso, deleitante. Coaraci criou também a primeira icamiaba "a sem marido" até então solitária vagando por este verdadeiro paraízo tropical.


Comissão de Frente - (Reprodução/Tv Globo)



Tupã decidiu portanto, povoar aquela deslumbrante região enviando da tribo celestial um índio guerreiro sobre uma estrela colorida brilhante, a qual pousou no coração da América do Sul. No luminoso astro continha todos os segredos das magias encantadas, com as quais todas as tribos terrestres deveriam se proteger dos maus espíritos, por isso, foi guiada por uma legião de curubins tocando suas flautas encantadas anunciando a chegada do guerreiro, formador - juntamento com a amazona errante - da civilização "brasilíndia".

No paradisíaco brasilis nossa gente vivia feliz. Além de donos da terra os primeiros brasileiros possuíam uma alma festiva: cantavam, dançavam enfeitavam-se deixando transparecer a euforia que a todos nós é peculiar. Bastante criativos, utilizavam materiais coletados na natureza para confeccionarem utensílios ornamentais; pintavam seus corpos com óleo de pequi; tocavam instrumentos como a aruá (flauta) e a maraca. Convidavam tribos vizinhas para celebrar os deuses da mata, da água, dos ares, pois adoravam uma "folia" em grupo. De fato os índios foram autênticos precursores dos foliões atuais. Receberam os desbravadores navegantes ao melhor estilo tupiniquim, demonstrando através de atos sua predisposição à carnavalescos inatos.

Na ocasião da primeira missa rezada pelo frei Henrique, o padre pôs-se em uma cadeira alta pregando solene sermão. Durante a pregação, os índios, na praia, tocavam buzinas começando a pular e a dançar... Um gaiteiro português foi festejar com eles tomando-os pela mão; todos riam alegremente dançando alucinados ao som contagiante da gaita.

Com os povos da floresta começa nossa pré-história. Essa gente sem malícia, bem humorada, amante da liberdade, arautos da felicidade, jamais se deixaria catequizar. Lutaram sem trégua por seus direitos unindo-se como na Confederação dos Tamoios, uma das organizações indígenas mais fortes na guerra contra os escravizadores portugueses. Naquele tempo índio já queria apito e se não desse...

E o cordão cada vez aumentava mais. Após enfrentarem os fantásticos mitos acerca do alto mar que descrevia terríveis monstros marinhos, sereias sedutoras, colunas de fogo, enormes redemoinhos; os portugueses aportaram em Cabrália a 22 de abril de 1500. Cabral com sua comitiva levou ao conhecimento do velho mundo relatos inusitados de uma terra pitoresca, que só depois de 30 anos foi colonizada.

Pelo velho Chico (Rio São Francisco) adentro as caravelas e os brancos portugueses assistiam margeando de terras baianas à Sergipe os batuques chocalhantes, de índios Tupis Guaranis.

O Carnaval no Brasil-colônia foi introduzido pelos lusitanos. O primeiro festejo realizou-se em 1641, quando o governador Correia de Sá e Benevides promoveu uma série de festas para comemorar a subida ao trono de D. João IV. Esse carnaval contou com corridas de argolinhas, combates simulados, desfile de blocos fantasiados e mascarados. A partir daí, a folia momesca não mais parou.

Os séculos XVII e XVIII caracterizaram-se por vários conflitos separatistas contra o regime colonial que começava declinar mediante conspirações: Inconfidência Mineira, Conjuração Carioca, Conjuração Baiana, todas cruelmente sufocadas. Em 1808, a Família Real chega ao Brasil sendo recebida com muita festa. Mais tarde, com a independência proclamada (1812), entre vivas e explosões de fogos, milhares de pessoas se acotovelavam nas janelas enfeitadas para assistir ao extraordinário acontecimento: D. Pedro I era aclamado Imperador; nascia a monarquia imperial.

Foi no segundo império que o Brasil conheceu relativo progresso. A navegação a vapor acelerou os contatos entre as principais cidades brasileiras. As mulheres e os homens da elite acompanhavam os acontecimentos na Europa, vestindo-se à moda francesa. Charretes puxadas por cavalos e dirigidas por cocheiros fardados, enchiam as ruas do Rio, compondo assim, um belo cenário com direito a palacetes, residências suntuosas construídas pelos aristocráticos barões do café.

As recepções promovidas pelo Imperador agitavam a vida social da nobreza. Mas era o carnaval, um divertimento popular as vezes violento, que sacudia a corte Real. O entrudo (Herança de Portugal), predominava nas brincadeiras carnavalescas da época. Jogava-se água, farinha-do-reino, fuligem, cal, pó-de-sapato, empampando os transeuntes. Altos personagens do império se divertiam jogando ovos podres e talos de hortaliças nas pessoas. A empolgação era tanta, que até o animadíssimo imperador D. Pedro II gostava de atirar limões de cheiro e bacias de água nos nobres freqüentadores da Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro. No começo do século XIX, a "molhaça" foi substituída por confetes e serpentinas e lança-perfumes. Porém o espírito das "batalhas" ainda sobrevive nas bisnagas de águas usadas pelas crianças.

Por volta de 1846, o sapateiro português José Nogueira (o Zé Pereira) introduziu o bombo no carnaval brasileiro, saindo as ruas centrais do Rio em barulhento cortejo, tomando conta da cidade fazendo maior sucesso.

Batuque no terreiro sinhá não quer. Originários da África, os negros eram trazidos à colônia para trabalhar arduamente nas lavouras de cana dos Senhores de Engenho. Trabalharam também nos cafezais dos ricos imperadores do café. Durante esse período histórico, em nenhum momento os africanos aceitaram passivamente a condição de submissos. Fugiam continuamente das fazendas, refugiando-se nos quilombos, dentre eles, Palmares merece relevante destaque por ter sido o maior, mais organizado, abrigando-se nele qualquer indivíduo injustiçado pelo sistema vigente: índios, holandeses, portugueses etc., todos convivendo em perfeita harmonia.



(Reprodução/Tv Globo)



Severamente proibidos de manifestar os hábitos culturais africanos, os escravos tiveram suas festas profanas associadas ao catolicismo. A coroação dos Reis Negros (reisado), a invenção dos maracatus originou-se da festividade católica de Nossa Senhora do Rosário, na qual mucamos adornados saíam em procissão sacudindo chocalhos e entoando cânticos. O culto religioso na senzala reverenciava os orixás embalando as noites festivas dos negros com muito batuque, cantos e danças. Os quilombos tentavam reproduzir a paisagem exótica da África, com animais artesanalmente esculpidos. A cadência forte dos tambores ecoava pelos ares convidando todos os habitantes da localidade a participarem das apresentações de capoeira, danças nativas como o samba os lunduns, jongos etc. Os terreiros de macumba pós abolição mantiveram a batucada gostosa dos atabaques, as danças e a capoeira que emprestou seus movimentos para os mestres-salas das atuais escolas de samba.

A marca da cultura africana em nosso carnaval, está sem dúvidas, na musicalidade, nos ritmos, também na composição grupal de foliões. Nos anos dourados das sociedades, houve uma proliferação extraordinária de agremiações carnavalescas populares. Os cordões organizados passaram a existir, entre eles a sociedade "triunfo dos Cucubins" composta de negros fantasiados de índios tocando instrumentos primitivos, homens alegres comemorando a liberdade concedida pela abolição. Esses foram os responsáveis pela consolidação do costume de se fantasiar durante o carnaval.

Abram alas para as colombinas. Grandes correntes migratórias desaguaram no Brasil depois da extinção do tráfico negreiro (1850). A maior parte dos estrangeiros foram trabalhar nas fazendas de café. Outros vieram espontaneamente instalando-se nas cidades. Aí abriram lojas, padarias, armazéns, pequenas indústrias... Muitos ocuparam terras designadas pelo governo, especialmente Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para lá foram sobretudo italianos e alemães, onde deixaram traços profundos nos aspectos culturais do povo sulista.

(Reprodução/Tv Globo)


Representantes de uma riqueza cultural deslumbrante os imigrantes acabaram incorporando sua tradições carnavalescas aos folguedos aqui existentes. Por iniciativa de uma italiana, foi realizado em 1840 o primeiro baile de máscaras, totalmente copiados por inúmeros outros de maiores repercussões. Os bailes públicos também invadiram lugares mais acessíveis ao povo, não só os salões burgueses.

Quantos sorrisos! Quanta alegria! São mais de mil palhaços no salão, Arlequins procuravam encantar as Colombinas, no meio da multidão. O aparecimento desses bailes influenciou bastante a participação da mulheres no carnaval. Festa que antes era para negros e mestiços; moça de família não entrava na massa de foliões. Agora, a festança estava delicada, colorida, com confetes, serpentinas, as damas elitistas poderiam ser acolhidas.

Herdamos dos germânicos a prática de "bebemorarmos" com muitas doses de cerveja este dia de folia. Para muitos, a bebida é o combustível do desabafo popular; permite-nos cantar nossas dores e alegrias; retirar do rosto a máscara; o disfarce, revelando-nos tal qual como realmente somos interiormente.

Século XX: a praça é do povo e o povo quer sambar. A queda da monarquia possibilitou a implantação da república (1889). Anos seguintes, novidades curiosas transformariam o começo do século XX: carros que andavam sem precisar ser puxados por cavalos. Lâmpadas sem gás nem pavio. Aparelhos para conversar com pessoas a longa distância. Outros para tirar retratos perfeitos como um espelho. Uma tela mágica onde são projetados imagens de pessoas, bichos, coisas etc.

As cidades modernizaram-se entre fortes contrastes sociais, fazendo a camada pobre da população reagir contra as precárias condições de sobrevivência, deixando-se levar pelas pregações de "beatos" que lhes acendiam a esperança de melhores dias. Outros partiam para o saque de fazendas, roubos de gado, juntando-se aos líderes cangaceiros.

Apesar de tudo, as massas populares se divertiam. Os brasileiros assistiam a caminhada da nação rumo à modernidade, enquanto registravam definitivamente o perfil hereditário - resultado da aglutinação de raças - de nunca se curvarem ante a opressão. Da década de 30 em diante, nas ruas e nos salões o carnaval oficializava-se, ganhava brilho, mais vida com as reminiscências de um passado glorioso. Algumas músicas carnavalescas daquele momento se tornaram imortais como "Linda Morena", "Mamãe eu Quero", "Pierrô Apaixonado", "A Jardineira", "Saudades da Amélia"... O prestígio da nossa folia ganhou dimensão internacional sobre tudo a que acontece no Rio, Bahia e Recife. Recife tem algo do banzo africano, guardando muitas lembranças dos antigos escravos. Em meio a efervescência das ruas, junta-se a alegria européia com o frenesi do frevo genuinamente pernambucano. Na Bahia o axé consegue arrastar uma multidão de pessoas atrás do trio elétrico. No Rio, a consagração apoteótica. Um show de cores delirantes, tecnologia, história e muita cultura nas engrenagens que produzem o maior espetáculo da terra: o desfile das escolas de samba. Nascida de reuniões ou "numa roda de célebres amigos bambas", este evento contou com várias manifestações de diferentes origens.

(Reprodução/Tv Globo)

Brasil 2000 são outros 500. As grandes navegações lançadas ao mar cinco séculos atrás, revelaram ao mundo um tesouro preciosíssimo escondido por entre as florestas, protegido por mistérios mágicos, belezas naturais sem igual, águas cristalinas, que neste final de século início de uma nova Era; necessita repintar sua aquarela na tentativa de solucionar problemas básicos: saúde, educação, moradia, etc. Para tal, precisamos recolonizar nosso chão e confiar na determinação desse povo ricamente dotado de motivos folclóricos, de talentos criador, inspirações musicais. É preciso lutar para garantir nosso espaço no ambiente futurista do mundo moderno; colocar nas mãos dos índios os botões da informática, ao lado deles venham os Arlequins, Pierrôes e Colombinas, nossos irmãos africanos, os "carnalizadores" portugueses. Todos que aqui chegaram forjando história, fazendo folia na eufórica fraternidade do reinado de momo. Criadores do imenso bloco multiracial chamado Brasil, o país do Carnaval.



Compacto do Desfile:




Suzana Werner - Rainha de Bateria


Letra do Samba:

Autor(es): J. Mendonça, Pedrinho, Messias e Mingau

Naveguei e cheguei
Bons ventos me trouxeram d'além-mar
Monstros marinhos, tempestades vieram pra me assustar
Ao chegar, festeja o dono da terra
Fui rezar, Primeira Missa e esse solo abençoar
Na Brasilindia melodia curumins
Terra Brasilis e o seu cantar feliz
Toca gaiteiro e espanta a tristeza
Que a festa é tupiniquim e portuguesa
E o cordão que não parava de aumentar
Quem vem pra conhecer, já não quer mais voltar
Margeando o Chico eu vou
Ouvindo a batucada de Sergipe

Bate bumbo, bate Zé Pereira
E sambando venha quem vier
Se deixar eu canto a noite inteira
Mas batuque no terreiro, meu sinhô não quer


Verdade
Se tornou realidade
Enfim o carnaval da liberdade
Pega o tambor, me leva que eu quero ir
Amor vem fazer sorrir
Abram alas Grande Rio vem aí, vem brindar
Lança-perfume pois o baile já vai começar
A praça é nossa e o povo quer sambar

Desperta Brasil!
Eu quero é paz, tristeza nunca mais
Se alguém cuidar da juventude
Oh, pátria mãe gentil
Outros 500 serão nos anos 2000



1° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Ronaldinho e Verônica (Reprodução/Tv Globo)





quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Criançada de Caxias... Pimpolhos da Grande Rio!



A Pimpolhos da Grande Rio é uma organização não governamental sem fins lucrativos cujo objetivo está concentrado em promover a inclusão social através da arte e da cultura.

Localizada no Município de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, a instituição realiza, desde 2003, um importante trabalho junto às comunidades do local, e, em parceria com outras empresas da região, desenvolve diversas  atividades de cunho artístico-cultural, criando oportunidades de aprendizado e crescimento para centenas de crianças e adolescentes.

A Pimpolhos acredita no poder da arte como veículo de transformação social e todo trabalho desenvolvido tem por princípio promover interação com a sociedade. Para isso é realizado um forte trabalho de conscientização aliado às atividades lúdico-pedagógicas que abrem espaço para o debate e reflexão. O trabalho é desenvolvido a partir de valores fundamentais para a formação dos jovens e, dentro deste processo, a temática do meio-ambiente ganhou uma atenção especial.
A conscientização sobre a importância da reciclagem é uma das chaves do processo artístico da ONG, que desenvolve sua arte a partir do reaproveitamento de materiais e da criatividade de seus participantes.
A Pimpolhos realiza oficinas, atividades educacionais, desfiles de carnaval mirim, cenários, figurinos e  shows de samba.

A instituição acredita que é responsabilidade da sociedade civil, assim como do Poder Público, desenvolver políticas de inclusão social e de promoção da cultura, identificando, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, as crianças e os adolescentes como prioridades absolutas e sujeitos de direito. O artigo 4° do referido estatuto dispõe sobre os responsáveis pela garantia destes direitos:

“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar.” (Brasil, 1990). 


(Reprodução do Site)




Matéria do Video Show com as crianças da Pimpolhos da Grande Rio





Anualmente, a escola de samba mirim Pimpolhos da Grande Rio leva cerca de 1500 crianças para a Avenida Marquês de Sapucaí, sacudindo as arquibancadas com um desfile repleto de alegria, trazendo sempre um enredo educativo para que a festa seja uma mensagem de amor, de união e de transformação.

Em 2004 a Pimpolhos passou por uma grande transformação, causada pela chegadada sua atual presidente Camila Soares, que, além de assumir a instituição e traçar suas metas e caminhos, trouxe consigo um time de artistas plásticos contemporâneos para pensar, criar e produzir o carnaval sob novas perspectivas. Este conjunto de artistas tomou o lugar do carnavalesco transformando o carnaval da Pimpolhos em uma magnífica exposição de arte contemporânea, levando a “Galeria para a Avenida” – conforme declarou o Jornal do Brasil. Hoje o carnaval da Pimpolhos, além de ser um projeto social realizando oficinas de música, dança, pintura, cenografia, escultura, entre outras, tem na sua produção carnavalesca uma grande arte coletiva, onde o tradicionalismo e as lantejoulas são deixadas de lado para abrir espaço à novas influências artísticas, novos materiais e novas experiências.

Baseando sua arte na estética do reaproveitamento, a produção do carnaval é feita em cima da reciclagem de materiais, onde o “lixo” é transformado em fantasias e alegorias. “Acredito que a arte contemporânea permite que o artista realize qualquer coisa, pois é livre de barreiras, deixando a criatividade do artista voar. O grande barato passa a ser os desafios de realizar um bom trabalho de arte que seja estético e sensorial e ao mesmo tempo simples e de baixo custo”- declara a presidente Camila Soares.

A cada ano a Pimpolhos amadurece mais a sua forma de fazer carnaval, buscando interagir cada vez mais com as crianças, nunca deixando de propor enredos lúdicos e educativos. O objetivo é usar os enredos de carnaval para passar idéias legais, que façam a criança refletir sobre suas atitudes, sobre o meio ambiente, a escola, a família, a política e muitas outras coisas importantes para sua formação como cidadã.

(Reprodução do Site)



Desfile 2009 da Pimpolhos


Carnaval 2009 da Piompolhos - Foto: Luís Santana


Conheça mais sobre a Pimpolhos da Grande Rio: http://www.pimpolhos.org.br/home.html


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

* Aviso Importante *

A Grande Rio está precisando de doações de tintas especias, neon ou qualquer outro tipo de material que possa ajudar na reconstrução do nosso carnaval. Quem tiver algum contato, ligar para Marcelo Haidar (Marketing  da Grande Rio), Tel: (21) 7828-3516.

Obrigado.

Grande Rio 2007 - Caxias, o Caminho do Progresso, o Retrato do Brasil

                                                     
Grande Rio 2007
2° Lugar





Presidente: Hélio de Oliveira
Carnavalesco: Roberto Szaniecki








Sinopse do Enredo

Intenção do enredo

A grande inspiração sempre acontece quando o nosso tema está ligado aos nossos mais puros sentimentos. Um dos mais antigos e apaixonados motivos que têm movido os homens através da história é o seu chão.
"Caxias" será honrosamente o nosso enredo para o carnaval de 2007, e certamente nos trará motivação e garra para conquistarmos nosso sonho maior, sermos os campeões do carnaval do Rio de Janeiro, cantando, sambando e contando a história do nosso querido município, ou melhor, o nosso pedacinho de terra onde nascemos, crescemos, vivemos e do qual temos tanto orgulho por sua posição de destaque no cenário nacional, bem como referência em tantos segmentos de desenvolvimento social, cultural e industrial sempre com responsabilidade.
O nosso município criado em 1943, será berço e laboratório de projetos arrojados de vários governos. Este progresso provoca um processo de imigração de mão-de-obra, consequentemente desenvolvido demograficamente a região. Caxias torna-se o retrato 3x4 do Brasil; seu povo luta contra os desmandos, a opressão e também contra a pobreza. Este mesmo povo manterá viva a sua vocação para manifestações folclóricas, buscará em si e nas suas mais variadas manifestações de fé a força para crescer e progredir. Tal qual o país, renasce a cada dia na esperança e na alegria.
Como no passado, o futuro nos reserva caminhos e, olhando para frente surgirão meios para construir um município socialmente cada vez melhor e assim somaremos para um Brasil ainda maior. A Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio tem a honra e o enorme prazer de levar para o Carnaval 2007 a sua cidade. Une-se em torno do tema todo o município em um só coração, cheio de orgulho para contar e cantar com toda a garra, a força deste povo que alimentará a nossa refinaria da folia e o nosso combustível será a felicidade. Este enredo traça trilhas e rotas. Redescobre os caminhos que hoje são de progresso e crescimento social. Porque somos Caxias, somos Brasil.
Roberto Szaniecki


Sidclei e Squel - 1° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O ENREDO
Primeiro setor - UM POVO FORTE
O povoamento da área que hoje constitui o município de Duque de Caxias iniciou-se em 1566. As lavouras de cana-de-açúcar, arroz, milho e mandioca representam a primeira fonte de riqueza, mas a prosperidade inicial terminou na Segunda metade do século XIX. O progresso econômico voltou com as obras de saneamento. A locomotiva passou a ser a melhor opção não só de passageiros mas também para o transporte de mercadorias. A região foi a maior produtora de laranjas do país, o que colaborou para o assentamento de pessoas no local. Nestas paradas surgiam pequenas atividades de comércio, cortadores de lenha, carvoeiros e homens de serviços em geral. O crescimento rápido desta população fez destas importantes estações que serão embriões dos futuros distritos, os quais, mais tarde darão origem ao município de Duque de Caxias.



Foto: Jaime Silva/ Fototeca PCRJ

Segundo setor - A FÁBRICA CIDADE
Em 1942, em pleno Estado Novo, a Fábrica Nacional de Motores (FNM) implantou suas bases em Xerém, Duque de Caxias. O projeto ambicioso de colonização e desenvolvimento industrial começou com a produção de motores de aviões para fins militares em ritmo intenso a produção dos motores de aviões "Wright" (450 HP), os mais modernos fabricados no país. Era dado o primeiro passo para uma época de ostentação, luxo e crescimento.
A eficiência estava em primeiro lugar os operários deveriam se comportar quase como autômatos por causa da rigidez dentro e fora da fábrica, o que funcionou nos primeiros momentos da produção; começava uma nova era na indústria e no distrito. Uma romaria de trabalhadores se dirigiu para a região em busca de emprego na estatal.
Nesta época a organização dos operários já era notícia; a rigidez dos primeiros anos dava lugar ao primeiro modelo de sindicato metalúrgico e este serviria como exemplo anos depois para a formação dos sindicatos do ABC Paulista. Na década de 60, a Fábrica Nacional de Motores (FNM) lançou, em Brasília, o Alfa Romeu "JK" em homenagem ao presidente da República. A venda da estatal para a Alfa Romeu ocorreu em 1968.

Terceiro setor - A EMANCIPAÇÃO
A história de Duque de Caxias está diretamente ligada ao crescimento da cidade São Sebastião do Rio de Janeiro. O vai e vem de pessoas pelas terras determinaram várias mudanças no perfil da região. Com a capital inchada, o futuro município recebia as primeiras levas aos estrangeiros, principalmente alemães e italianos.
O processo de emancipação da cidade esteve relacionado à formação e um grupo que organizou a União Popular Caxiense (UPC): jornalistas, médicos e políticos locais. Em 1940 foi criada a comissão pró-emancipação. O grande crescimento pelo qual passava Meriti (antigo nome de Caxias) levou o deputado federal Dr. Manoel Reis a propor a criação do distrito de Caxias. Em 14 de março de 1931, através do ato do interventor Plínio Casado, foi criado, pelo Decreto Estadual nº 2.559, o distrito de Caxias, com sede na antiga Estação de Meriti, pertencente ao então município e Nova Iguaçu. Em 31 de dezembro de 1943, através do Decreto-Lei 1.055, elevou-se à categoria de município recebendo o nome de Duque de Caxias. Já a Comarca de Duque de Caxias foi criada pelo decreto-lei nº 1.056, no mesmo dia, mês e ano.
Com a emancipação, o município recebeu grande incentivo em sua economia. Várias pessoas, oriundas principalmente do Nordeste do Brasil, chegavam ao Rio de Janeiro em busca de trabalho e elegiam Duque de Caixas como residência. Estes imigrantes foram decisivos para alavancar o desenvolvimento da região por sua imensa vontade de prosperar e as condições lhes pareciam propícias, movendo-os para tal. Apesar de não participar de nenhum movimento pró-emancipação, foi graças à iniciativa de José Luiz Machado, mais conhecido como "Machadinho", que Meriti passou a se chamar Caxias.
Morador da localidade desde o início do século XX, "Machadinho" e um grupo de amigos foram à estação de trem, próximo à Plínio Casado, para retirar a placa que tinha o nome de Meriti e trocá-las por Caxias, uma homenagem a Luiz Alves de Lima e Silva, que nasceu na região. Caxias também fez nomes de projeção na política elegendo o primeiro deputado federal da Baixada Fluminense. Seria no município, que Tenório Cavalcanti garantiria seu poder político.
Como deputado estadual, o "Homem da Capa Preta" providenciou diversas melhorias para a população local, buscando também instalar os milhares de imigrantes nordestinos que vinham para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida. Suas obras políticas renderam-lhe muitos aliados e eleitores pelas favelas de Caxias, apoio este que o levaria a ser eleito deputado federal. Pelos cabos eleitorais, Cavalcanti fora conhecido como o "Rei da Baixada"; pelos rivais, era tachado e "O Deputado Pistoleiro". Devido aos constantes riscos de morte, Tenório e sua família habitavam uma fortaleza na Baixada Fluminense.
No entanto, jamais se recusava em caminhar pelas ruas do gueto. Só andava armado e acompanhado por capangas quando estava longe do seu povão caxiense. Uma de suas maiores alegrias era fazer sua célebre festa de Cosme e Damião; para comemorar junto com os seus milhares de eleitores a data que coincidia com seu aniversário, tornando-se um evento aguardado ansiosamente pela população.
 
Quarto Setor - A FÉ DE UM POVO VALENTE
A Fé cristã na região vem do século XVI, como podemos conferir pela Igreja do Pilar, construída no mesmo século e importante monumento o primeiro barroco brasileiro. Também as religiões Afro-Brasileiras têm destaque no que tangem suas verdadeiras raízes; exemplo disso vem o Babalorixá Joãozinho da Goméia, que foi intitulado "Rei do Candomblé" na década de 1940 pela rainha Elizabeth da Inglaterra.
A partir da compreensão de sua trajetória, entendemos as razões que levaram à proliferação de terreiros de Candomblé e Umbanda na Baixada Fluminense, desde a sua chegada no município de Duque de Caxias em 1946, transformando o município no grande divulgador e popularizador dos cultos Afro-Brasileiros, apontando-nos a validade do Candomblé como produtor cultural brasileiro.
Do babalorixá podemos falar que "Seu João" fora um dos mais famosos líderes religiosos em meados do século que findou. A Rua Goméia, em São Caetano, bairro da cidade de Salvador, endereço do seu primeiro terreiro, deu-lhe o sobrenome que carregaria vida afora. Mas foi depois de sua transferência para o município fluminense de Duque de Caxias que sua fama atingiu contornos nacionais. Tanto que a rua onde Joãozinho fundou seu segundo terreiro acabou chamando-se também Goméia em homenagem ao pai-de-santo. Um complexo jogo de continuidades e transferências entre reinos, continentes, estados, nomes de ruas, homens e deuses.
Seu "João" foi um dos mais importantes e polêmicos agentes na divulgação dos significados do candomblé ocorrida nos anos 60 na sociedade brasileira, sobretudo por fazer da mídia e das artes suas grandes aliadas. Trouxe para os centros urbanos do sudeste e percepção das vantagens de tornar conhecidos os cultos afro-brasileiros. Inclusive para sua própria defesa.
Numa lista, elaborada em 1983, dos 24 terreiros mais antigos da capital e do litoral paulista, oito deles eram de filhos e filhas de santo de Joãozinho da Goméia. Em terras paulistas, a adesão ao rito Angola, praticado por "seu João" foi um caminho quase que inevitável na passagem e muitos sacerdotes da umbanda para o candomblé. Atualmente outras manifestações de fé têm mostrado a sua força na região, os protestantes também demonstram a sua influência em seus ritos envolventes. Pincelaremos tudo isto para mostrar que o Caxiense tem em seu peito a crença e que como já foi provado, o homem de Fé vai longe e esta é uma das muitas virtudes do nosso povo.

Quinto Setor - FOLGUEDOS E SUA RAIZ SAUDOSA
Caxias segue tradições herdadas de vários povos diferentes que por aqui chegaram. Suas manifestações se misturam e ganham personalidade própria na região. Dentro do ciclo de Natal, segue-se o dia dos Santos Reis, cultuado pelo calendário  cristão. Além das homenagens especiais dos grupos de folias de reis, folguedo popular do ciclo natalino presente em todos os municípios fluminenses. É o caso do boi-de-reis, folguedo que se "brinca" no município de Duque de Caxias, desde longa data, formado por um grupo paraibano ali radicado.
No mesmo local, costuma-se apresentar um grupo de lapinha também constituído por moças paraibanas ou filhas de nordestinos. Acrescente-se a estes o grupo de reis-do-congo organizado no mesmo município por imigrantes provenientes do Rio Grande do Norte. Os três últimos mantêm a tradição dos folguedos à moda a região de origem, sem incorporação de elementos da cultura fluminense, mostrando sua raiz saudosista. Outros exemplos de festejos se relacionam às festas juninas, cujos grupos de ciranda e de quadrilhas são agraciados com os melhores nas competições que disputam, não só do município como também no estado.
Uma das mais curiosas formas de coreografia popular da região, na zona de influência da estrada de penetração para a região Serra-acima (Estrada Velha de Petrópolis) é o calango. O calango, como em geral, acontece nessas designações é baile, dança, canto e música. A "função" parece ser o gênero típico que predomina nessa parte da baixada Fluminense, inclusive está presente em uma das maiores feiras de nordestinos, situada justamente em Caxias.
 




Sexto setor - COMBUSTÍVEL PARA CRESCER
A maior refinaria em complexidade do Brasil opera em Duque de Caixas: a REDUC. Foi instalada em Campos Elíseos, 2º distrito, no dia 20 de janeiro de 1961, e foi o terceiro investimento feito pela Petrobrás no país. Produz 52 produtos diferentes decorrentes do processamento de petróleo e gás natural, classificados como combustíveis, lubrificantes, plásticos, parafinas, petroquímicos, etc.
A refinaria abastece todo o Estado do Rio de Janeiro, parte de Minas Gerais e, por cabotagem (navios), Espírito Santo e o Rio Grande do Sul. Os produtos brasileiros também atravessam fronteiras, chegando aos seguintes países: Estados Unidos, Peru, Uruguai, Argentina, Chile e Colômbia. Duque de Caxias é o segundo maior Município do Estado do Rio em produto, sendo que boa parte dessa riqueza deve-se ao funcionamento da REDUC.
Ao longo da década de 80, Duque de Caxias apresentou um crescimento de 32,5%, estreitamente relacionado com as atividades de refinaria. O suprimento de matéria-prima (nafta) garantido pela REDUC facilita a diversificação das indústrias químicas e petroquímicas locais, com destaque para o RIOPOL, indústria de polímeros que hoje atende a grande demanda de plásticos para os mais variados fins, sendo este produto essencial para a fabricação de uma enorme gama de grânulos específicos, o que a torna referência em qualidade e demanda para o território nacional.
Outro que receberá matéria-prima da refinaria será o Pólo Gás Químico, ainda em fase de construção, também a maior termoelétrica da região sudeste, que gerará e exportará eletricidade para outros estados, conferindo assim a auto-suficiência de energia ao Rio de Janeiro.


Sétimo setor - TERRA DE BAMBAS
No esporte somos berços de atletas, principalmente no futebol. Em Xerém, situa-se um dos maiores "Centros de Treinamento" esportivo do Rio. O carnaval tem um capítulo a parte quando trata-se de Caxias. Por ter sido Área de Segurança Nacional, havia uma forte repressão às manifestações carnavalescas em nosso município, o que ocasionou na criação de núcleos de resistência nos terreiros de samba. Blocos e pequenas escolas de samba, no entanto, sobreviveram a esse período e, mais tarde, reuniram-se para a formação da "Grande Rio", fazendo surgir dessa forma, verdadeiros baluartes do chamado Mundo do Samba, como nosso querido Perácio, atual vice-presidente de nossa agremiação.
Não esqueceremos de mencionar que a região já produziu e ainda o faz, gente famosa no mundo do samba; preservamos nossas raízes com jovens passistas, mestre-salas e porta-bandeiras mirins e hoje "exportados" também defendem pavilhões de outras co-irmãs do carnaval. Temos ilustres de fama internacional, como o nosso querido poeta do samba Zeca Pagodinho, menestrel de Xerém que leva durante o ano todo o nome de Caxias para todos os cantos do Brasil. Nossos compositores já fizeram parcerias memoráveis, mostrando que aqui também é um celeiro de bambas.
Contaremos também as influências das manifestações de rua, que se mantêm vivas com sua poesia e inocência nas ruas do município. Brincaremos com a nossa refinaria criando um paralelo entre o combustível do mercado com o da folia, pois nossa escola além de ser o mais importante ícone da cultura caxiense para exportação de além das fronteiras do município também representa muito bem uma cultura de dimensões internacionais como o desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Eis o nosso enredo para o Carnaval do Grupo Especial do Rio de Janeiro em 2007, que o Povo Caxiense terá o maior orgulho de realizar e com a certeza de que, contando com nossa garra e nossa tradição, chegaremos à vitória, através deste tema surpreendente e apaixonante, que estará sendo cantado e contado para o mundo todo através da nossa querida GRANDE RIO.
Através de nosso hino, que deverá, assim como a maioria das canções que exaltam nossa terra, nosso chão, ser elaborado em primeira pessoa, ou seja, transformando todos os componentes em um único personagem contando sua própria história.

Baianas - Foto: Daniella Cezar/Foteca PCRJ



Grazi Massafera - Rainha de Bateria
Letra do Samba:

Autor(es):  Márcio das Camisas, Professor Elísio, Mariano Araújo, Robson Moratelli

Vou falar da minha terra ô ô ô
Minha fonte de riqueza
Vou abrir meu coração
E a história do meu chão vou cantar (vamos lá)
Ai que terra boa de plantar
Povo bom de trabalhar valente guerreiro
Que capino ô ô foi carvoeiro
Construiu um município cem por cento brasileiro
Depois fabricou motor de avião
E criou um sindicato modelo de trabalho e união
Quando o Rio de Janeiro era capital
Imigrantes estrangeiros vieram pra cá
E o sonho caxiense se realizou
Foi preciso emancipar pra melhorar
Foram leis foram decretos mas a mão do povo prevaleceu
E na velha estação um adeus a Meriti Caxias nasceu

O homem da capa preta o rei da baixada
Ajudava o nordestino amigo da criançada (bis)
Salve a Igreja do Pilar. Nossa crença, nossa fé
Joãozinho da Golméia foi o rei do candomblé


Quero brincar a vontade
Lembrar com saudade a minha raiz
Cair na folia no grupo de congo
Quadrilha e calango eu vou dançar feliz
Na minha refinaria tem combustível para exportação
Eu sou de Caxias sou pura energia
Suficiente pra alegrar seu coração

Bom de bola bom de samba paixão
Com Perácio aprendi a sambar de pé no chão (bis)
Como Zeca Pagodinho deixa a vida me levar
Eu me chamo Grande Rio e qualquer dia chego lá
 







quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Renascendo das Cinzas!

2011 era o carnaval dos sonhos da Grande Rio e da comunidade de Caxias, ensaios de quadra e de rua demonstravam isso, a escola carregava toda a motivação do 2° lugar no Carnaval 2010. Mas todo esse sonho foi destruído em um incêndio que atingiu o barracão da escola na última segunda-feira, 07/02/2011. Choro e tristeza tomou o espaço que antes era da alegria, todo planejamento e trabalho de 1 ano  se transformou em cinzas em poucos minutos.



"A única coisa que o fogo não queimou foi nossa vontade de desfilar"
(Hélio de Oliveira, Presidente da Grande Rio)


O barracão da escola, na Cidade do Samba, ainda carrega as marcas da destruição , mas em Duque de Caxias, a nossa essência está mais viva do que nunca e intacta, isso o fogo nunca vai conseguir destruir. A vontade de entrar na avenida, a força e a capacidade de superação vai tomando conta de uma comunidade que ainda se recupera do pesadelo. A união de todos agora é mais que fundamental, vamos superar isso e virar essa página com toda nossa garra, entrar na passarela do samba e transmitir toda nossa energia, fazer "O caldeirão ferver"!






Helinho, Jayder, Perácio, Leandrinho, Tavinho, Cahê Rodrigues e equipe de barracão, Casais de Mestre-Sala e Porta-Bandeira ( Squel e Luis Felipe, Renata e Douglas, Jéssica e Luan), Mestre Ciça e Bateria, Comissão de Frente, Baianas, Velha-Guarda, Ala de Compositores, Passistas, e demais segmentos, vamos mostrar ao mundo o que a Grande Rio tem de melhor, nosso sonho não acabou, vamos renascer das cinzas!





Ensaio de Quadra (08/02/2011) - A união de uma Comunidade!


Integrantes da Grande Rio lotam ensaio na quadra (Bom dia Rio 09/02/2011)





Vídeo: Globo.com






"...O vento...
Beija então as suas cinzas
E qual obra divina, Renasce Afinal!
Um novo dia vai raiar
Voltarás a brilhar... Imortal!"

(Samba-Enredo G.R.E.S.V Brilho de Fogo 2010)



"Ela é Grande Rio Minha Escola Querida
É ela a Razão da Minha Vida"



Fica também a nossa palavra de carinho, superação e força para as outras duas escolas co-irmãs atingidas no incêndio da Cidade do Samba: Portela e União da Ilha.




sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Squel, A Guardiã!

Matéria do RJTV com a 1° Porta-Bandeira da Grande Rio, Squel. Ela fala sobre sua vida pessoal e carnavalesca. (04/02/2011)


"Porta-bandeira tem vida ligada ao universo do carnaval"




Vídeo: Globo.com





Foto: Wigder Frota (Carnaval 2010)


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Grande Rio 1999 - Ei, ei, ei, Chateau é nosso Rei!

Grande Rio 1999
6° Lugar


(Logo não oficial Grande Rio 99 - Arte: Adalmir Menezes)



Presidente: Hélio de Oliveira
Carnavalesco: Max Lopes




Carro Abre-Alas (Reprodução/Tv Globo)


Sinopse do Enredo



Abertura

Nascimento e Formação Cultural
Nordestino, nascido em Umbuzeiro, no estado da Paraíba, nasceu o pequeno Francisco de Assis.
E foi de sandálias que ele custeou seus próprios estudos, até se tornar advogado e professor catedrático de Direito Romano na faculdade de Pernambuco, única faculdade de Direito do Brasil na época.
Permaneceu por muito tempo ligado a Pernambuco, pelo amor que tinha pela sua terra. Ali, uma das coisas que mais apreciava era o folclore pernambucano, especialmente o maracatu.

O Jornal
Em 1924, editou o seu primeiro jornal, de nome "O Jornal", semente de um grande império de comunicação no país, cuja cadeia se estenderia por 18 estados e 23 cidades brasileiras.
Logo depois, lançou-se o 2º jornal do grupo, o "Diário da Noite".
Em 1928, dois anos antes da revolução de 30, fundou a empresa gráfica "O Cruzeiro", que editou a revista de mesmo nome, entre outras.

O Rádio
Em 1934, partiu para fundar um novo sistema de comunicação em cadeia: a do rádio.
Assim, em 25 de setembro de 1935, Chateaubriand inaugurou a Rádio Tupi, no Rio de Janeiro. Para o ato inaugural, trouxe ao Brasil Guglielmo Marconi, inventor do rádio.
Logo depois, a Tamoio do Rio e mais de duas dezenas de emissoras entrariam no ar, nos mais diversos estados da Federação, criando, assim, uma onda só da unidade nacional.

Senador pelo estado do Maranhão
Foi no Senado que pode exercitar sua oratória, tendo feito discursos que indicavam clareza de raciocínio e erudição, mas caracterizados, também, por ironia e irreverência, sensibilizando os parlamentares, ao abordar temas de interesse nacional.
A Televisão
Em 1950, depois do êxito da televisão na Inglaterra, trouxe para o Brasil equipamentos e, realizando um sonho pioneiro, inaugurou, em 18 de setembro de 1950, a primeira emissora de televisão em nosso país, a TV Tupi Difusora, em São Paulo, que teve Costa Lima como seu primeiro diretor.
Em 1985, com os festejos dos 35 anos da implantação da televisão no Brasil, veio a Tupi do Rio de Janeiro. Um pioneirismo no Brasil, com repercussão em toda a América Latina.

Acadêmico em Letras
Em 1954, seus discursos de grande qualidade literária formariam a bagagem para que fosse eleito membro da Academia Brasileira de Letras, onde sucedeu Getúlio Vargas, ocupando a cadeira de Thomaz Antonio Gonzaga.

Embaixador em Londres
Em 1956, Assis Chateaubriand passa a fazer parte da galeria de embaixadores, com seu retrato em moldura especial. Ele revolucionou o estilo da diplomacia quando foi convidado por Juscelino Kubitschek para titular da Embaixada do Brasil junto ao Reino Unido.
A marca de sua atuação na Embaixada do Brasil em Londres foram as famosas festas que promovia para divulgar na Europa as coisas e costumes do Brasil. Levava para lá, arcando ele próprio com todas as despesas, grupos folclóricos do Nordeste e do Sul, que sempre admirava e apoiava. Essas iniciativas causavam sempre muita sensação na Corte.
Possuidor de grande carisma, conseguiu parcerias e investimentos para o Brasil, em viagens que fez por toda a Europa. Conquistou a Rainha, quando disse: Não sou diplomata. Sou um repórter acreditando na Corte de "St. James".
Visão do Futuro

A Aviação
Chateaubriand fez inúmeras campanhas em prol do desenvolvimento do país, como a Campanha Nacional da Aviação, sob o lema "Para não Perder os Mercados".

Amante da Natureza
Amava a natureza, e lançou a campanha dos beija-flores, em 1956. A campanha culminou com a "Grande Revoada dos Beija-Flores", no Jardim Botânico, com a presença do presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Na ocasião, centenas de beija-flores foram soltos.
Na casa amarela, em São Paulo, ele manteve um grande viveiro para criação e estudo dos beija-flores.

A Agropecuária
Iniciou em São Paulo a realização de um grande sonho, a criação de fazendas-modelo, nas quais utilizava máquinas modernas, em substituição às técnicas manuais.
Na pecuária, mobilizou todos os seus esforços importando gado Galloway e Hereford, a fim de melhorar o plantel brasileiro.

Nas Artes
Destaca-se o Museu de Arte de São Paulo, reconhecido pela Unesco como museu padrão, e que era sua paixão.
Além disso, criou museus regionais: Dona Beija, em Araxá, o Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, em Olinda, além de Feira de Santana, Porto Alegre e Pedro Américo, em Campina Grande. Todos eles possuíam peças famosas de todas as tendências e escolas.

O Futuro
Uma das preocupações de Chatô, nos seus últimos anos de vida, era a continuidade do trabalho de unidade nacional que criara através da integração de uma cadeia de veículos de comunicação, envolvendo jornais, rádios e tevês, por todo o território brasileiro.
Criou, então, um condomínio acionário e distribuiu ações e quotas que possuía de suas empresas.
Morreu, em 1968, vítima de uma trombose cerebral e, mesmo atado a uma cadeira de rodas, usava a mente e mantinha-se dedicado pelas coisas e causas nacionais.
Hoje, o grupo acionário (Diários Associados) pensa num futuro cibernético onde, via satélite, a comunicação irá rapidamente do Brasil para o mundo, a partir de suas idéias, que continuam vivas.
A Grande Rio, em sua arrancada para o Carnaval 1999, último do século, também pensando no futuro, não poderia deixar de prever o avanço dessa comunicação e, homenageando o grande homem Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, gritar a uma só voz: Ei ei ei, Chatô é nosso rei!


1° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Ronaldinho e Verônica (Reprodução/Tv Globo)





2° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Marcio e Squel (Reprodução/Tv Globo)



Letra do Samba:

Autor(es): Nêgo, Barbeirinho e Deré

Brilhou ôôôô
Uma luz lá no agreste
Vem meu povo ver de perto
O cabra da peste que na Paraíba nasceu
Em Umbuzeiro do Norte, hoje a saudade é você...
De sandálias ou pé no chão
Em Pernambuco ele se formou
Amante do folclore, do maracatu
O jornal pelo Brasil ele espalhou

Ei, ei, ei, Chatô é o nosso rei (bis)
Fez do rádio a nossa comunicação
Foi senador pelo Estado do Maranhão

Mas o sonho iria mais além (mais além)
Nos deu a graça da televisão
Fez valer sua cadeira
Na Academia Brasileira
Em Londres foi um grande embaixador
Com seu carisma, a rainha conquistou
Deu asas à nossa aviação
Liberdade ao beija-flor
Em São Paulo um sonho realizou
Reconhecida a arte do seu museu padrão
Que era a sua grande paixão
Hoje eu vou, meu amor
Com a cultura de Francisco de Assis
Mito brasileiro, você nos dá prazer.
A Grande Rio agradece a você.

Ao passar este milênio
No futuro promissor
Será que o homem (bis)
Perde espaço pro robô


Alegoria (Reprodução/Tv Globo)


Alegoria (Reprodução/Tv Globo)